quinta-feira, 1 de agosto de 2013


Um dos tantos rituais pelo qual sou absolutamente apaixonada é o da alimentação.

Vejo-o como algo tão fantasticamente complexo e cercado de tantos elementos, que certamente será tema de muitas de minhas postagens.


O convite

 
Receber é em minha opinião um ato extremamente prazeroso, porém sou aquele tipo de pessoa que detesta surpresas. Gosto de preparar meu território cuidadosamente para  aqueles momentos únicos, onde desejo compartilhar meu espaço e minha atenção com pessoas queridas. E aí chegamos ao ponto de hoje: o convite.

Embora atualmente muitas pessoas o julguem cerimonioso e desnecessário a história do convite é fascinante e divertida, naturalmente devemos lembrar que as referências são de  uma outra época e que pouco se aplicaria a contemporaneidade.

Imprescindivelmente estes eram feitos por escrito e com antecedência mínima de três dias ao evento. O convidado tinha por obrigação retornar o convite, mesmo que com uma recusa e neste caso, ela deveria estar respaldada por razões absolutamente plausíveis. Se decorridas 24 horas a partir do recebimento do convite o anfitrião o presumia aceito.

Curiosidades: Levar um anfitrião a despesas inúteis consistia em uma grave ofensa, sendo que o não comparecimento a um convite anteriormente aceito era punível com a privação de convites gastronômicos ao indivíduo faltante, por um período de até três anos. Em casos extremos haviam até multas pecuniárias previstas.

[...] O convidado, trajado adequadamente, comparecerá, portanto, à hora fixada pelo convite, ao domicílio do anfitrião, munido de um apetite proporcional à reputação de que goza a mesa deste, e com as disposições de estômago, de coração e de espírito  necessárias para contribuir a toda consumação, ao encanto e ao prazer de um festim.[...]

Fragmento do livro Manual dos Anfitriões de Grimond de La Reynière
 

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