Um dos tantos rituais
pelo qual sou absolutamente apaixonada é o da alimentação.
Vejo-o como algo tão fantasticamente
complexo e cercado de tantos elementos, que certamente será tema de muitas de
minhas postagens.
O
convite
Receber é em minha
opinião um ato extremamente prazeroso, porém sou aquele tipo de pessoa que
detesta surpresas. Gosto de preparar meu território cuidadosamente para aqueles momentos únicos, onde desejo
compartilhar meu espaço e minha atenção com pessoas queridas. E aí chegamos ao
ponto de hoje: o convite.
Embora atualmente muitas
pessoas o julguem cerimonioso e desnecessário a história do convite é
fascinante e divertida, naturalmente devemos lembrar que as referências são de uma outra época e que pouco se aplicaria a
contemporaneidade.
Imprescindivelmente estes
eram feitos por escrito e com antecedência mínima de três dias ao evento. O
convidado tinha por obrigação retornar o convite, mesmo que com uma recusa e
neste caso, ela deveria estar respaldada por razões absolutamente plausíveis. Se
decorridas 24 horas a partir do recebimento do convite o anfitrião o presumia
aceito.
Curiosidades: Levar
um anfitrião a despesas inúteis consistia em uma grave ofensa, sendo que o não
comparecimento a um convite anteriormente aceito era punível com a privação de
convites gastronômicos ao indivíduo faltante, por um período de até três anos.
Em casos extremos haviam até multas pecuniárias previstas.
[...] O convidado,
trajado adequadamente, comparecerá, portanto, à hora fixada pelo convite, ao
domicílio do anfitrião, munido de um apetite proporcional à reputação de que
goza a mesa deste, e com as disposições de estômago, de coração e de espírito necessárias para contribuir a toda consumação,
ao encanto e ao prazer de um festim.[...]
Fragmento do livro Manual
dos Anfitriões de Grimond de La Reynière

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